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VÍDEO: Olga Cardoso “A idade não me assusta”

Aos 84 anos de idade mantém o sorriso e a gargalhada de sempre. Garante que a “idade não me assusta, pois sinto-me uma menina de 20 anos”,apesar da saúde nos últimos tempos “me ter pregado algumas partidas”.
A ex-radialista da Rádio Renascença, e antiga apresentadora da TVI, está reformada, mas assume que a idade nunca foi condicionante para nada e que sempre gostou de desafios, tal e qual como a vida.
Olga Cardos, a menina da rádio como ainda hoje é conhecida, abriu-nos as portas de sua casa e recebeu-nos na sua sala, local onde passa grande parte do tempo a ler e a ver televisão. “Gosto de estar em casa. Este é o meu ninho”,mas também gosta de sair. Em agostoúltimo esteve de férias em sanxenxo, Espanha. “Adoro lá estar. As pessoas já me conhecem e dizem vai ali a Amiga Olga” (risos).
O seu nome ficará para sempre na história da rádio em Portugal. “Eu sempre disse aos meus pais que queria fazer rádio”. E, quando lhe perguntavam o que queria, respondia: “menina da rádio”, pois a paixão era tão grande “que o rádio tinha que estar sempre ligado” (risos).
O certo é que aos 15 anos o sonho torna-se realidade. “O meu explicador de matemática escrevia novelas radiofónicas que eu ouvia” e, como a vontade de conhecer a rádio era tanta, “pedi-lhe que me levasse um dia a conhecer a rádio”. E o desejo aconteceu!“Lá, tudo era fascinante e deram-me um texto para eu ler, gostaram muito da minha voz e é aí que tudo praticamente nasce”, confessa. Mas a televisão também foi, e ainda hoje é, uma paixão. “Adorei fazer a Amiga Olga. Foi um programazinho que marcou uma geração”,enfatiza.
A sua ligação à rádio começa em 1949, quando é convidada a ingressar na ORSEC/Oficinas de Rádio, Som, Electricidade e Cinema – (ORSEC). A Renascença chega em 1964 e é nessa altura que a locutora deu um grande impulso à sua carreira, destacando-se em vários programas. Mas foi com o «Despertar», nas décadas de 80 e 90, em pareceria com António Sala, que ganhou uma grande popularidade. “Antes de fazer o Despertar com o Sala, já fazia com o Fernando de Almeida, que apresentou o programa cerca de 20 anos antes de nós. Em 1980 é que entra o António para o programa e o sucesso é conhecido”. O facto de estar no Porto e o Sala em Lisboa, “acho que deu muita vida ao programa, era algo inovador, porque era tudo feito na perfeição, que as pessoas pensavam que estávamos juntos”.
As memórias vividas ao longo de 17 anos são muitas. “Recebia mais de 100 cartas por semana” e ainda hoje “me falam do Despertar ao vivo que fazíamos pelo país” e juntava milhares de pessoas. “Era uma verdadeira loucura. As pessoas faziam fila. Tínhamos ouvintes que iam de véspera para ficarem mesmo junto do palco”. Outra das memórias prende-se com a sua voz. “Sempre tive uma voz jovem e as pessoas pensavam que eu era uma miúda. E o segredo só foi revelado quando eu apresentei pela primeira vez o Despertar ao vivo e as pessoas aperceberam-se que eu afinal já era velhota” (risos).
Apesar da idade, “estou sempre pronta para desafios” e até para morrer (risos). “Já disse e já está tudo escrito. Quero ser cremada e que as minhas cinzas sejam lançadas ao mar”, assume.
Quando fez 50 anos, Olga Cardoso, e porque “sempre abracei todos os desafios que me davam”, gravou um disco chamado «Bom dia, Amor». A experiência foi repetida anos mais tarde com «Cor de Rosa Claro», editado em 1988. Em 1993, estreou-se na televisão, com o concurso «A Amiga Olga», da TVI, que esteve no ar mais de um ano. “A par da rádio, a televisão é um universo que eu sempre gostei também” e agora é que “já estou velhota, mas gostava de repetir a experiência”, solta uma forte gargalhada.

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One Comment

  1. Como me lembro da Amiga Olga da televisão e da rádio. O meu pai não perdia um despertar. Nós…lá em casa não perdíamos uma Amiga Olga. Esta senhora está na mesma. Parabéns pela reportagem e pela sua juventude amiga Olga.

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