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Vodafone Paredes de Coura com mais de 100.000 pessoas em quatro dias, na edição mais concorrida de sempre

O Vodafone Paredes de Coura terminou no sábado com lotação esgotada, depois de, ao longo de quatro dias, ter recebido mais de 100.000 pessoas que, segundo a organização do festival, fizeram da sua 22.ª edição “a mais concorrida de sempre”.
Entre o público contavam-se espectadores de todas as idades e de várias paragens, notando-se uma crescente procura por parte de cidadãos espanhóis. Terão sido atraídos por um cartaz que fez passar mais de 40 artistas por três formatos de palco que, de em ambientes mais massivos ou intimistas, criaram no público memórias sempre potenciadas pela beleza natural dos cenários proporcionados pela Praia do Taboão – em cujas margens cerca de 10.000 campistas e outros veraneantes tomaram diariamente banhos de sol e de rio.

Na hora dos espectáculos, as surpresas habituais foram-se sucedendo perante a plateia. Na quinta-feira, o concerto de Thee Oh Sees no palco Vodafone FM, por exemplo, foi invadido por um homem em tronco nu que acabou detido com aparato por um segurança do evento, o que levou o líder da banda, John Dyer, a pedir-lhe “Não esganes o homem, por favor”. Já para evitar esse risco, três jovens fantasiados de crocodilos e outros animais começaram por convencer Brooke Nielsen, vocalista dos The Growlers, a deixá-los dançar em palco no sábado, no auditório com o impressionante declive natural do palco Vodafone. O cantor deixou-os subir e chegou mesmo a deitar-se no colo dos animaizinhos, para, ao fim de alguns temas, os despachar com um “Vamos acabar com esta treta” e voltar a concentrar em si todas as atenções do público.
A atuação dos Beirut também teve que se lhe diga, com o baixista da banda a sair da sua pose discreta e algo apática para, a certa altura, se apoderar do microfone do trompetista e rebentar: “Portugal tem-nos dado consistentemente as melhores audiências que temos encontrado”. A sinceridade do desabafo comprovou-se após o final do concerto, quando Nick Petree, o baterista da banda, se deixou ficar sozinho para trás e, depois de baquetas, folhas do alinhamento e tudo o que lhe apareceu a jeito, só abandonou o palco quando já não tinha mais o que oferecer ao público.
A despedida veio depois, numa escolha inusual, com o concerto sereno de James Blake a apelar a introspecção com a sua electrónica suave e melódica. Durante cerca de hora e meia, o recinto lotado do Vodafone Paredes de Coura abrandou de ritmo e deixou-se ficar atento à delicadeza do britânico, como que para melhor imprimir a última grande imagem da festa – antes do seu regresso em 2015, na edição que já está anunciada para 19 a 22 de Agosto.
Razões para voltar ao festival, independentemente do cartaz? “É o que tem o melhor recinto do país”, defende Filipe Rio, um dos espectadores que seguiram integralmente os quatro dias de concertos. Acompanhado de um filho de 6 anos e duas sobrinhas de 12 e 15, o chefe de família teve desconto nos bilhetes pela sua ligação ao município de Paredes de Coura e garante que “valeu a pena” o investimento de 150 euros nas entradas de todo o grupo. “Este ano o cartaz não foi dos meus preferidos, porque gosto de rock mais pesado, mas também houve surpresas boas, como Cut Copy, que achei muito bons”, explica.
As sobrinhas Carina e Cátia Conceição, por sua vez, tinham a lista de preferências pronta a disparar: “Adorámos Capicua, Cage The Elephant e Franz Ferdinand”. Para Cátia, aliás, foi a primeira vez num festival e as expectativas não foram defraudadas, nem na música, nem no resto. “Já estava a contar que fosse assim – tudo com o copo na mão”, admite, sorridente.
Filipe Rio já está a fazer contas para o próximo ano e assegura que voltará a ser um dos muitos que não faltam ao Vodafone Paredes de Coura. “Já corri tudo o que é festivais no país e não há nenhum como este, seja o que for que cá venha tocar”, justifica. “É por causa desta praia, do Taboão – torna o recinto fantástico, não deixa hipótese à concorrência”.

Alexandra Couto

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