Espetáculos Nacionais

Gisela João emociona (-se) e deixa Coliseu do Porto rendido

Foi uma noite cheia de tudo. Tratou-se do primeiro de dois concertos nos Coliseus de uma das vozes mais aclamadas da atualidade. E, se mais não houvesse a dizer, só o simples facto de Gisela João ter esgotado ontem, dia 31, o Coliseu da invita e ter transformado a mítica sala de espetáculos num concerto intimista, só por si era algo inédito, uma vez que se trata de uma fadista com apenas dois discos e com uma curta carreira.

Foi muito pouco depois da hora marcada que as luzes se apagaram e a sala ficou em absoluto silêncio. O pano sobe e, no palco, três músicos e um pequeno sofá, local onde a fadista cantou muitas vezes durante a noite. A sua presença surge em contraluz e faz ecoar à capela a sua voz pelo infinito Coliseu com um tema de Amália Rodrigues – (Quando eu era pequenina).

Surgem de imediato os primeiros aplausos, à medida que a musa se aproximava ainda mais da plateia. O cenário simples, mas íntimo, foi aos poucos ganhando vida através das cores que se iam misturando.

Com o tema «Labirinto ou não foi nada» o palco ganha vida com um gigantesco «Gisela» como pano de fundo. Seguem-se duas canções seguidas, sem direito a interrupções.

Dirigindo-se pela primeira vez ao público, Gisela João fê-lo em jeito de agradecimento. “Estou super feliz por estar aqui. Foram muitas noites sem dormir, diria mesmo sangue, suor e lágrimas! Aquilo que mais quero é que todos saiam daqui de coração quente e sorriso na cara”, lembrando que “tudo é possível. Basta acreditar”.

Nos intervalos das canções, a fadista natural de Barcelos deixava mensagem e pensamentos que davam mote à música seguinte. “O fado é vida”, anunciava.

Já mais solta, Gisela rodopiou e dá o primeiro pezinho de dança, enquanto interpretava «Senhor extraterrestre», uma canção de Carlos Paião e interpretada por Amália, nos anos 80.

A fadista apresentou, essencialmente, os fados que compõem o seu mais recente álbum, “Nua”, bem como outros temas do seu repertório.

Quase na parte final descalçou-se. Dançou, sorriu, chorou, acenou várias vezes para a plateia. Estava em casa, rodeada de familiares, amigos e do seu púbico que lhe não faltaram a uma noite “muito importante” para si, enquanto anunciava: “Obrigado Porto!”.

As palmas eram fortes e enfusivas, uma vez que quem ali estava, estava para ouvir o fado. Mas não era um fado qualquer, era o fado de Gisela João, uma “rapariga fácil de agradar”. E acrescentou:”Dizem que eu tenho poucos originais, até me gozam com isso mas é para o lado que durmo melhor”, e prossegue com um tema original «Sombras do Passado».

O espetáculo na sala portuense antecede o de dia 7 de abril, no Coliseu dos Recreios de Lisboa, e contou com a presença do Ministro da Cultura.

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